ADVÉRBIOS DE VIDA
ADVÉRBIOS DE VIDA
Juliana S. Valis
Presumidamente, tu verás a vida,
Saberás como o verbo te convida a rir
Ou chorar, ou dizer o que o sonho te elucida
No amor loquaz que transbordar em ti,
Suplicando paz ao mar de tuas súplicas !
Assiduamente, tu verás a vida,
E procurarás qualquer sentido, então,
No coração que sonha em cada breve lida,
Nada leve, apenas, nesta profusão
De amores lídimos como luz que incida
Na alma, além do que essas dores são...
Sim, continuamente tu verás indícios,
Sentirás vácuos, vertigens, verões e ventos,
Que serão apenas leves e humanos interstícios
Dos tantos labirintos, sem calma, de sentimentos,
Lutando, sós, entre a razão e tantos precipícios,
Em dias rápidos, triviais, ou lentos !
E, finalmente, quando tudo assim se for,
Inebriando a mente com a luz que acalma,
Perguntarás ao tempo: o que é o amor ?
E um novo sentimento habitará na alma,
Muito além do mundo, e do que te restou
De tantas verdades nessa tua palma.