Bem-vinda amiga do peito
Ela chegou!
Valeu a pena esperar.
Esperar, na verdade, sempre vale a pena quando a causa não é pequena, com o perdão do plágio da forma.
Agora é abrir os olhos para as flores, os ouvidos para os passarinhos e o coração aos beija-flores. Acho que sempre se pode achar um jeito de enxergá-las, escutá-los e beijar a ambos.
Se até o Mestre recomendou que prestássemos atenção a esses mimos da Criação pra nos darmos conta do cuidado do Pai com o trivial de nossa vida, seria exagero olhar pra suas cores e sentir o coração menos cinzento, ouvir seus trinados e deixar que a alma os acolha e, quem sabe, os lábios os imitem alegremente?
E, com a meiga licença do Mestre amigo, beijar as flores amigas, os pássaros amigos, nesta estação e nas vindouras.
E aguardar com paciência e esperança o precioso dia do encontro, do reencontro, do abraço ao aconchego das pétalas, ao tamborilar compartilhado das notas do peito...