Ecos da Infância
Olho as lembranças da infância
num canto da memória... Nelas,
a sensação de que o tempo é mero coadjuvante
e tudo não passou de um instante guardado
entre o antes e o agora.
Nos velhos álbuns escondidos nas gavetas
pessoas que teceram meu riso e hoje, tecem saudades.
Coisas que não existem mais no sentido concreto...
Mas que fazem parte do que sou.
E ecoam canções da infância, canções de um tempo
em que sorrir parecia tão fácil, em que a inocência
colhia rosas por toda parte... E os sonhos eram tão reais
que era bom demais adormecer e sonhar...
Queria ser uma artista que ao pincelar uma tela
pode voltar atrás e recomeçar.
Mas o tempo se torna ator principal e rouba a cena
dizendo que é hora de despertar.
(Sirlei L. Passolongo)