MOTE
Quando começo a querer compor
Ao sentir aflorar minha emoção
Preciso simplesmente de um motivo
Ou apenas da intuição
E então...
Procuro em meus guardados
Pergunto ao meu coração
E em meu olhar surge um filme
E a paisagem descortino
Como num sopro divino
Sinto um gostinho de mel
Começa a inspiração...
E eu refaço meus passos
Sorrisos, beijos, abraços
Enredos e desenredos
Desfaço todos os laços
Exponho todos os medos
E os lanço ao papel...
E o que estava bem guardado
Queimando tudo por dentro
Corroendo o pensamento
Derrama-se em sentimento
Destampa-se o caldeirão
Então penso: finalmente!
Estou liberta de tudo
Tenho um novo coração...
Mas sem graça fico muda
Penso em tudo que fomos
E antes mesmo que termine
Que esta coisa me domine
No auge da emoção...
Eu constato desolada
Que ainda estás instalado
Dentro do peito guardado
Onde fizeste teu ninho
Te ocultando de mansinho...
Que ainda és meu refrão!!