INFÂNCIA!
INFÂNCIA!
(Para o poeta Larí Franceschetto)
Empreste-me os teus olhos de criança
E a tua lembrança amorosa
Da infância.
Quero repartir contigo
A Saudade
E o Carinho
De reviver o encanto
De ser feliz.
Os pássaros que haviam na tua infância
Fizeram da minha meninice
Um gorjeio de alegria,
Enquanto brincava
De não crescer nunca.
Os pessegueiros, carregados,
Da tua cena vivida,
Carregaram de frutos
E de Ternura
Os meus passos
De criança.
O cheiro do mato,
(Presente da Mãe Natura),
Entrava pelas minhas narinas
Dizendo de um mundo
Onde se sonha sem ter fim!
Também vejo
aquela fonte de água límpida
Murmurando, ligeira,
Enquanto meus pés
Invadiam a água,
Sentindo a sua liquidez
Mansa e fugidia.
O feno, no paiol,
Que fez da tua infância
- um folguedo
inesquecível -,
Povoou oe meus brinquedos
de menina
Com o cheiro de mistério
De algo que não se explica.
No meio do feno, nos escondíamos
- eu e meus irmãos -
numa brincadeira matreira
de encontrar
quem não se escondia
bem.
A curva de estrada
Que encantou os teus olhos
De menino,
Ainda me olha, tímida,
Dizendo adeus
- eternamente -
às brincadeiras da infância.
Na minha eterna lembrança
de menina faceira,
Só não havia
Uma ferrovia.
Pois o meu trem
Era feito
De sonhos
E, ainda hoje,
Carrega num vagão secreto,
A doce criança
Numa dimensão
Exclusiva
Da minha Mente
Sonhadora
E agradecida.
Saleti Hartmann
Cândido Godói-RS