SÓ NÃO SEI...
SÓ NÃO SEI…
Gosto que gostes do teu gosto,
Como eu gosto do gosto do teu gosto,
E porque sei que gostas do meu gosto,
Do teu gosto para sempre gostarei.
Gosto de ti como a flor, do carinho,
Como o bebé, do miminho,
Como o pássaro, do ninho,
Como a sede, da água,
Como a morte, da mágoa.
No eterno gosto de gostar,
O gosto se faz terno
E até o fogo do inferno
Se faz desejo esquentar.
Gosto de ti como a chuva, da seca,
Como o muçulmano, de Meca,
Como a lua, da noite,
Como o sol, do dia,
Como a criança, da alegria.
Neste gostar sem amar,
Até a terra se fez amiga do mar,
O cão, do dono,
O descanso, do sono,
A noite, da lua,
O homem, da mulher nua,
Os amantes, do sexo,
E de tudo o que tenha nexo.
No eterno gosto de gostar,
O gosto se fez ladrão,
Ao pecado pediu perdão,
Ao sonho, ilusão,
À fantasia, magia,
À coragem, aventura,
À censura, loucura,
Ao amor, ternura.
Neste gostar sem amar,
Só não sei
Porque de ti tanto gostei.