O que deseja agora, amigo?
Eu lhe dei o melhor de mim,
Toda a confiança e carinho.
Ouvi seus lamentos nos dias ruins
Chorei as pedras no seu caminho...
Vibrei com suas conquistas. As mais
Sonhadas, esperadas, ansiadas....
Choramos juntos traições, deslealdades
Era linda a estrada nessa amizade abençoada.
E nosso pacto era de um ser pelo outro.
Quantas injustiças choramos os dois?
Quanta desumanidade nos assombrou?
Mas só o tempo sabia o que viria depois...
Mal sabia que sua traição seria cruel,
Que o que sentia era raiva, ressentimento.
Que retribuiria o doce afeto, devolvendo fel...
Era seu peito desprovido de bom sentimento.
Na penumbra seus planos diabólicos jorravam
Em armações e planos inconfessáveis...
Alma negra se escondia sob um rosto bondoso,
Pérfidas intenções por trás de gestos amáveis.
Minhas lágrimas derramadas pouco importavam,
Desde que sobre meus ombros você fizesse sucesso.
E que pudesse mostrar ao mundo que era o bom.
Mas tudo tem um final amigo, hoje esse triste regresso...
Maltrapilho, cabisbaixo, feito um nada, maltratado...
Busca meu amparo, meu carinho, minha mão,
O que quer de mim, o que deseja agora, amigo?
Com o peito ferido, dolorido, só posso dizer:
Vá... siga seu caminho, já lhe dei o meu perdão!
Mary Trujillo
06.08.2005