DE REPENTES E COELHOS
À minha amiga Alice Venturi
O telefone tocado
Em páginas
Adentrou meu ouvido...
Rápidas palavras-coelho
A sorrirem teu sorriso...
E ao me dar
Me dei por vencido
O escrito dito
Assinou o assinado
E se disse
Em letras de ouvido
Aliceeeeeeeeeeeee
Estas se disseram
Ser
E eram
Na voz que se disse
Tão longe
Tão perto
Aliceeeeeeeeeeeee
Ela existe
Neste mundo
Que pensei não existisse...
Vinda em sorriso de estrelas
Se era noite de lua
A danada
Não me disse
E num fala/desliga
Naquela sua fala
Cheia de liga
Palavras de palavras
Nascendo
De palavras fecundadas
Quantas frases paridas
Uma nas outras
Tão fundidas
E num crescendo
Um poema criança
Embalado
Desentranha-se
E grita...
Chora
Esperneia
Pensando bem
Quem o pariu
Que o embale
Embale este embalado
Pronto pra arte fazer
Apesar de estar nos meus braços
Do pouco que já fala
Me falou
E me disse
Não querer a mim como pai
Só quer e tem como mãe
A dona das muitas palavras
Que é voce minha Alice
Como ainda não assina
Tenho a dizer
Foi ele que disse
Viu...
Alice.