TRACTATUS... II (26).- Exausto entre desejos ...

XLIII

Exausto entre desejos

nem consentidos

nem ditos sequer,

Calco cru a noite vencida

por ardores aquietados:

Luxo imperfeito

do ser e não ser que me agonia...

Sinto ao meu carão o silêncio

dos dedos órfãos

a percorrerem terras escravas,

desprovidas de amor e de perfumes

Mas pressinto, cheiro,...

já me fede esse amor inconsútil,

virgem, sem pecado, ingénuo

e miserento, que inocente sementas...

Por que não calcamos a lama

pecadenta até nos enodoarmos

nos braços das lascívias irredentas

sob a noite estrelecida?

«Ainda quero», mas tu, GALIZA,

menina simples, foges dos meus laços

que com certeza te libertariam

em orgasmo vital de futuros!

Sê mulher livre, sê singelamente

peito de senhora e mãe,

sombra genesíaca de auroras...

E, rosa amanhecida sempre mãe,

dá-me acolhimento, caverna e jardim!

mergulha-me nas ondas do prazer comovente

que odores venéreos suscitam!

Somos corpo, animal e humano e até vegetal,

a farejar meles libertadas,

a impregnar bálsamos subtis,

a morrer de amor insatisfeito,

porque

nunca as florestas foram bastantes:

carvalheiras, ei!, de canções,

e suaves moinheiras rítmicas

que a gaita e o tambor fazem dançar...