TRACTATUS... II (25).- «No corpo da pedra»... Eis a força ...
XLII
«No corpo da pedra»... Eis a força
da memória que nos constrói: Pedra a pedra,
como lábios em beijo continuado,
edifiquemos o futuro,
templo de diminutos deuses,
em que, apesar das armas, habitaremos.
Enlacemos mãos e vidas.
Cultivemo-nos, floresta virgem,
à sombra de amores nunca violados.
Sonhemos espaços sem limites,
sem dinheiro, sem guerras, sem ...
Porque hoje habitamos mundos de limites
que o sangue atesta até ao incerto cume das montanhas:
Ao Norte, paixão regular e metódica.
Ao Leste, lagoas de inferno em chamas.
Ao Sul, porta que pedra sem história fecha.
Ao Oeste, singeleza acabrunhada
ou virgindade ferida
ou cancioneiros troçados em academias vagas
ou noites de luar sem saudade...