TRACTATUS... II (24).- À tardinha, ... // Choremos! Mas erguidos, ...
XL
À tardinha,
maininho o sentir,
fantasio mundos outros,
não sei se possíveis... Talvez...
Não é o amor o tema:
Nem a mulher, sedutora:
Nem a Galiza submersa:
Nem a Lusofonia impensada:
Nem... Nem quê? Meu Deus! Nem...
«Agora é tarde para chorar» —dizes convicta
e confessa, Cristina, ou talvez não; apenas
dizes em pranto lírico; ou nem assim: Dizes
e pronto. Mas eu retruco e afirmo retórico: — Será certo, estaremos
certos, de ser tarde para chorarmos? É que apenas
nos resta chorarmos neste vale de lágrimas?
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XLI
Choremos! Mas erguidos, cantemos!
Lembremos! A memória foi sempre cavalo
difícil de domesticar... Tornar manso o passado
tentou sempre os governantes, essas pobres
quase pessoas, talvez humanas, desde o altar
do estado em que eles próprios se adoram. Não!
Não! Nós apenas devemos saber o sim, o sim entusiasta
e gozoso que nos conduza ao futuro, «no remanso das tuas pernas»,
que dizes lírica, Cristina, e cantariam líricos poetas e “poetos”.