TRACTATUS... II (23).- «Falta-me o que me falta»... // Sob “Marcha fúnebre” ...
XXXVIII
«Falta-me o que me falta»:
Essa redondeza da perfeição feminina,
e a verdade dedilhante nas violas,
e o esplendor prolongado das coxas suaves.
Falta-me sentir no interior todas as belezas do mundo
e o útero abraçador do universo estrelado,
noite escura dos corpos que nunca mentem.
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XXXIX
Sob “Marcha fúnebre” (*) chopiniana vejo
mares e mares, oceanos de palavras,
retidos, sustidos, tensos, a invadirem,
sorrateiros e acanhados, janelas de amor
desdobradas e femininas como lábios acendidos...
«Esta tremura» desmedida
cinge, voluptuosa, a luz que de mim,
incógnita, emana, como raio de sol negro,
e engole-a gulosa como manjar delicioso:
Não é. Apenas fio ténue,
quase invisível, esbarra, escorregadiço,
por entre os assombros da tarde triunfal.
Tudo foi. Cidade e cisma.
Nada foi. Silêncio e fonte.
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(*) Piano Sonata in Bbm, 3rd movement "Funeral March" de Fryderyk Franciszek Chopin, Frédéric François Chopin (1810-1849).