TRACTATUS... II (19).- O teu corpo de Mulher, ... // Mulher intata, ...

XXX

O teu corpo de Mulher, jardim

de lírios e jasmins, tão formoso sempre

quanto «ouvir cantigas e crianças» sonorosas,

parece-me cauteloso paço radiante

ou desmedida mesa de manjares deliciosos

ou precioso lago de doçuras ninfeias.

Percorrê-lo vale tanto quanto caminhar

por sobre areia suave de praias lascivas;

ou ascender em voo de amores aos cumes certos,

onde campos de flores nunca contempladas

são inveja de rubis, de esmeraldas e de pérolas.

Vagar na pele tua, divino chão e lume excelso,

descobre orbes peregrinos, melodias claras,

que ao amante ouvido, como por arte divina,

anunciam a glória «de um saciado corpo».

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XXXI

Mulher intata,

infinita e nobre,

quase eterna deusa

esférica e gentil:

«suspirando de amor»

quero em ti ensumir-me

até florir por deleites vastos

e prazeres sagrados, que tornem pura

minha alma confusa de humano néscio.