TUDO O QUE PODES DEIXAR PARA TRÁS
À Borboleta
TUDO O QUE PODES DEIXAR PARA TRÁS
Fogueiras de Santos
Passadas
O esboroar de paixões
A alma partiu-se
Bem como o coração
Num fogo de artificio lírico
De idílicas e dolorosas explosões
Tudo o que podes deixar para trás
Mágoas
Um ardor
A borboletas
Que no amor
Não passou disso
Duma enorme dor
Tudo o que podes deixar para trás
Flores da Amizade
Plantadas no teu Jardim
Que deixas-te secar
Pela simples razão
Que a terra onde as plantei com toda a devoção
Não soubeste
Convenientemente regar
Tudo o que podes deixar para trás
Quantas rezas
Eu fiz ao meu Deus
Para ter as palavras
Tardiamente recebidas?
Quando a realidade me revelou
Que o meu sonho
Afinal
Nunca será o teu
Tudo o que podes deixar para trás
O meu imaginário
Já não tem borboletas
Embora
Eu ainda seja
O mesmo tipo de poeta
Tudo o que podes deixar para trás
Claro que a tal amizade
Não morre de repente
Mas era um rio fulgurante
Que se transformou
Numa fina corrente
Claro que a espaços
Ainda penso em Ti
Ainda bate
Dentro de mim
Uma estranha Saudade
Mas o tempo cura tudo
E sem a tua presença
Aprendi a cerzir
Outros caminhos
De Interioridade
Claro
Que ainda estou Aqui
Afinal
Onde querias
Que estivesse?
Sou o mesmo
E ao mesmo tempo
Mudei
Sou feliz
Sem Ti
Aprendi a ser Rei
Sem a tua coroa
De distantes afectos
Continuo o mesmo sonhador
Mas aprendi
Que para sonhar da mesma forma
Teria de ter
Outras pessoas
Outro tipo de afectos
Porque o tempo
Afinal
Nenhuma magia faz
E aprendi
Em relação
A uma parte de Ti
A utilizar uma frase feita:
Tudo o que podes deixar para trás