TUDO O QUE PODES DEIXAR PARA TRÁS

À Borboleta

TUDO O QUE PODES DEIXAR PARA TRÁS

Fogueiras de Santos

Passadas

O esboroar de paixões

A alma partiu-se

Bem como o coração

Num fogo de artificio lírico

De idílicas e dolorosas explosões

Tudo o que podes deixar para trás

Mágoas

Um ardor

A borboletas

Que no amor

Não passou disso

Duma enorme dor

Tudo o que podes deixar para trás

Flores da Amizade

Plantadas no teu Jardim

Que deixas-te secar

Pela simples razão

Que a terra onde as plantei com toda a devoção

Não soubeste

Convenientemente regar

Tudo o que podes deixar para trás

Quantas rezas

Eu fiz ao meu Deus

Para ter as palavras

Tardiamente recebidas?

Quando a realidade me revelou

Que o meu sonho

Afinal

Nunca será o teu

Tudo o que podes deixar para trás

O meu imaginário

Já não tem borboletas

Embora

Eu ainda seja

O mesmo tipo de poeta

Tudo o que podes deixar para trás

Claro que a tal amizade

Não morre de repente

Mas era um rio fulgurante

Que se transformou

Numa fina corrente

Claro que a espaços

Ainda penso em Ti

Ainda bate

Dentro de mim

Uma estranha Saudade

Mas o tempo cura tudo

E sem a tua presença

Aprendi a cerzir

Outros caminhos

De Interioridade

Claro

Que ainda estou Aqui

Afinal

Onde querias

Que estivesse?

Sou o mesmo

E ao mesmo tempo

Mudei

Sou feliz

Sem Ti

Aprendi a ser Rei

Sem a tua coroa

De distantes afectos

Continuo o mesmo sonhador

Mas aprendi

Que para sonhar da mesma forma

Teria de ter

Outras pessoas

Outro tipo de afectos

Porque o tempo

Afinal

Nenhuma magia faz

E aprendi

Em relação

A uma parte de Ti

A utilizar uma frase feita:

Tudo o que podes deixar para trás

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 24/06/2008
Reeditado em 27/06/2008
Código do texto: T1048562
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.