TRACTATUS... (12): Peixe em noite, ... // Como o poema, ...
XVIII
Peixe em noite,
já escuro e cru;
rara
a cinza fende o pacto
de estrela e gozo;
como rumor
aberto em rosa,
pétalas breves
modulam
sombras e luz
longínqua: ara
o sol luz remota
lá,
longe,
no céu,
onde a memória em corredor
tapetado
e rumoroso se prolonga
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XIX
Como o poema, rosa,
cresce o grilo,
espantoso grilo branco
a estrondear, élitro e élitro,
a canção
nua da rosa:
é sol de verão,
tijolo e rebento, é ditame
de luz, pedra sem rima. Abro
a luva e calço-a versejante;
outra luva fica isenta
como aura... E os dedos
a gemerem
e os dedos
a premerem:
Soou cru
o assassínio
e o fascínio
dos olhos nervosos,
cornos luminosos
do indizível.