Apresento-me
Quem sou? Boa questão.
O nome recebi
da madrinha que tive logo á nascença.
Dizem que gritei, ou do nome me assustei
Chorei, talvez por mim e minha mãe.
E sobre tal fundamento,
razão havia pelo seu sofrimento,
e pelo meu apressado intento, de ver a luz do dia.
Devo ter murmurado pelo mau gosto
do nome, pois dele não gostei
Queria ser Natacha
Personagem dos romances de Tolstoi.
Guerra e Paz tinha a ver com a minha natureza
Furacão e suavidade como o amaciado de
uma pele de arminho.
Mas apresento-me.
Sou branda como um vento bonançoso.
Ouro no cabelo já esbranquiçado
que lhe dá o aveludado.
Rosto branco que ainda naturalmente se enleia,
e toma a tonalidade rosado forte.
Filha de terras lusitanas, com o colorido das terras castelhanas.
Matizada pelas estepes, as densas florestas
e os gelos do norte da Germânia .
e temperada pelas quentes terras africanas.
Filha da imigração cresceu sob os esguios ramos dos mágicos e magestosos imbondeiros
rei das terras sem fim da sua Africa amada simbolo da grandeza e humildade
A sua alma entoa nas noites silenciosas o cantico dos escravos hebreus.
Mulher de oceanos desertos e savanas, guerreira ,desbrava a liberdade onde encontra os grilhões que a aprisionam.
Da minha natureza teima a dureza
Sou firme e quando a tempestade me toma,
renasce em mim a força forte que me anima.
Sou flor rubra, e tenho Marte no encalço .
e fogo nas minhas entranhas, tornada vulcão em erupção
mas, a doçura do mel no coração e na palavra.
Pois que meus olhos se enchem de encanto
tão fácilmente, com a beleza e a poesia, que
ao amor logo lhes dá guarida.
Aonde ponho os olhos tudo vejo,
Talvez isso seja causa de meus tormentos
e de algumas poucas alegrias.
Toda a minha vida é um duelo
Pois de flor da primavera num momento
Por descuido chamusco de ardor
E murcho pelo gelo da invernia.
De T,ta
08-06-08