CAMARADA (Irmãos de Armas)

Conheci o Antunes em 1998, a mesma idade e a coincidência de termos feito a tropa ao mesmo tempo mas em lugares diferentes, embora ele continuasse como sargento, até que saiu para estudar. Começou por ser meu Chefe, no meu primeiro emprego em part time, depois…depois conhecemo-nos, ficámos amigos para a vida, partilhando uma espécie de irmandade de cumplicidade que atravessou incólume estes 10 anos. Por acaso ficámos na mesma cidade e a amizade solidificou-se em laços indestrutíveis de inseparável camaradagem. Ele entretanto casou e este ano teve uma das mais belas crianças que eu jamais vi e que passou a ser minha sobrinha adoptiva.

Este poema foi feito quando regressei do seu casamento e representa uma centelha da estima que tenho por ele, que sem dúvida é um dos primeiros do meu grupo de Imortais

CAMARADA

(Irmãos de Armas)

Estaremos juntos

Pela eterna madrugada

Camarada

Pelas montanhas gigantes

Que estou sempre a escalar

Mas a cujo topo não consigo chegar

Sei que estás cá em baixo

Para me incentivares

A ir mais além

Para não parar

Camarada

Pelo juramente de sangue

Que nunca chegámos a fazer

Vertemos as almas no mesmo pote

Da vida e por isso muito pouco temos a temer

Camarada

Pelo Gigante que és

E que eu aspirava a ser

Protejo-me na tua sombra

Onde bem vou crescer

Porque És imenso

Superas a imensidão

És mais do que um amigo

És um irmão

Ao qual jurei

Fidelidade eterna

À qual nunca hei-de falhar

Pois companheiro de guerras sem fogo

De ti jamais me hei-de separar

Porque as tuas

Palavras aquecem-me no Inverno da vida

E como sabes eu adoro palavras

Por isso nós seremos mais do que tudo

Seremos

Irmãos de Armas!

Camarada!

11 de Dezembro de 2005

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 31/05/2008
Reeditado em 27/06/2008
Código do texto: T1013573
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