À VIDA

À VIDA

Ama a vida, ainda que às vezes,

A vida te pareça um despautério,

Contradição,

E mistério.

Pois ao mistério

Dispensa-se a razão.

Sente a beleza da rosa,

O mimo da flor delicada;

O perfume que inebria

Da flor silvestre,

E que não foi plantada;

Contempla a singeleza da flor chã

Que sorri para ti

A cada manhã,

E talvez nem te dês conta

De sua presença, ali.

Agradece pelo sol que te acaricia,

Pela chuva generosa

Que às fontes sacia;

Alegra-te com a música das avezinhas

E o alvor das alvoradas,

Contempla as noites enluaradas

E as miríades de estrelas,

Luzeiros no céu pendurados,

Que velam por teu sono

E os sonhos dos namorados.

Medita em todas estas coisas,

Simples e belas que te rodeiam,

Aqui e mais além,

Numa sucessão de beleza sem par;

E verás que tu és também

Ainda que tantas vezes dissonante,

A coisa talvez mais importante

Que só Deus, podia criar

Eduardo de Almeida Farias

Eduardo de Almeida Farias
Enviado por Eduardo de Almeida Farias em 30/04/2008
Código do texto: T968511