À VIDA
À VIDA
Ama a vida, ainda que às vezes,
A vida te pareça um despautério,
Contradição,
E mistério.
Pois ao mistério
Dispensa-se a razão.
Sente a beleza da rosa,
O mimo da flor delicada;
O perfume que inebria
Da flor silvestre,
E que não foi plantada;
Contempla a singeleza da flor chã
Que sorri para ti
A cada manhã,
E talvez nem te dês conta
De sua presença, ali.
Agradece pelo sol que te acaricia,
Pela chuva generosa
Que às fontes sacia;
Alegra-te com a música das avezinhas
E o alvor das alvoradas,
Contempla as noites enluaradas
E as miríades de estrelas,
Luzeiros no céu pendurados,
Que velam por teu sono
E os sonhos dos namorados.
Medita em todas estas coisas,
Simples e belas que te rodeiam,
Aqui e mais além,
Numa sucessão de beleza sem par;
E verás que tu és também
Ainda que tantas vezes dissonante,
A coisa talvez mais importante
Que só Deus, podia criar
Eduardo de Almeida Farias