À terra, por Tenório Valjean.
Levantem-se todos, agora!
Deixem-me dessa vez falar da felicidade
Não quero promessas, nem desejos
Pois tudo isso é vão
E tudo isso se perde.
Antes de abrirmos os olhos e nos dermos conta
Que o mundo é enorme demais pra ser prometido;
É mágico demais pra ser lembrado,
Quero, antes disso tudo, fingir que tenho asas
(Mas pra que asas pra quem pode voar por dentro dos seus próprios olhos?)
Não importa.
Dêem-me asas!
Quero conquistar o mundo do topo do mundo
Computador faculdades que ninguém computou
E ser mais feliz que os animais, que não sabem o que é felicidade,
E por isso vivem, e por isso são o que são,
Como são, e quando querem ser.
Deixem-me imitar os pássaros, ainda que isso pareça louco
Pois só eles são livres de e da verdade!
Pois só eles sabem amar no sentido literal do amar sem ser amado
Eles, que não querem nada em troca de amar por simplesmente amar -
E nada além disso.
Deixem-me parecer louco.
Sim, louco!
E quem pode ser feliz sem estar dentro de sua loucura?
Pulei de cima do monte
Nada abaixo;
Nada em cima.
A terra - e embaixo da terra - é somente terra
O céu é inocente
E acima dele está o universo
Vivi e fui feliz pela terra
Deixe-me cair agora sobre quem me guardou toda a vida
Viva!
Viva, ó mãe terra!
Tu mereces viver, nada mais.