DECLARAÇÃO (I)
Eu também sei disso;
O coração disparado no peito,
O frio infernal na barriga,
As mãos suadas, as pernas bambas.
Eu também tenho medo;
Que não caminhe ao meu lado,
Não me beije na despedida,
E não amanheça ao meu lado na cama.
E eu, um ser tão malquerente e arisco
Passo então ao teu lado a sorrir,
A perder toda essa animadversão, antipatia.
Diante do teu sorriso desarmo-me,
Deixo transparecer tudo
Que de melhor existe no meu ser.
Eu poderia gritar que é amor,
Mas prefiro sussurrar no teu ouvido
Amo-te.