ALIVIADO DE ILUSÕES

Com o meu olhar aliviado de ilusões

Regalo-me de toda a mitologia

De Deuses que me ensinam a amar

Penetrando o cume de um romântico

Alvejando-me atraente e marginal

Por uma cordilheira de sentimentos

A coroa do sol poente faz o meu olhar

Andar á deriva na nascente do coração

Erguendo um mosteiro de rosas bravias

Onde os espinhos arquitectam a imensidão

A beleza da vida abate-se nas minhas mãos

Fustigando o céu com mil cores que me agitam

O descobrimento da natureza inviolada

Sob o alarme estridente de uma paixão selvagem

Tingindo um clarão pelo horizonte

Duma infinita diversidade de iluminações

Recortadas nos contornos de um sorriso

Através do oceano até se perder de vista

Falar que amo é poesia sóbria, é sentença

Que lavra palavras sem pronuncia do meu fim

Amar é alegria e dor que soa um pouco de mim

São doce meiguice e loucura num hino de amor

Um poeta rabisca o que sente por quem sente

O verbo amar despe o seu peito com o efeito

De encontrões na alma conspirando

Medos que extravasam enredos

Na ramagem das palavras