BEM-ESTAR DE ESTAR BEM

Deito-me sobre a erva que me conserva

Fresco num jardim plantado por mim

Apaixonado por recordações que tragam

Emoções ao meu rosto e rasgam sorrisos

Com gosto de encantos em tantos juízos

Inocentes de outrora em histórias presentes

Agora memórias do que aconteceu sem hora

Pelo meu caminhar fora e ora

No bem-estar de estar bem e ser alguém

Recordo encontro, acordo desencontro

A paz do quanto era rapaz chegando homem

Por ilusões que consomem o que sou capaz

Dou azo ao que me atrevo e sou o que escrevo

Versos confessos que rimo com o meu cimo

Poema de quem ama alguém que excita

A voz que grita a sós o poder de nós

Numa prosa misteriosa que se esfuma na pluma

De momentos ordinários em sentimentos áureos

De quem persegue o amor sem pudor e consegue

Descobrir a flor antes de florir nos amantes

Desejos e beijos na partilha de dois seres

De saberes no cume de uma maravilha sem ciúme

Atendo o lume que toca a troca de carícias

Sem malícias nem segredos na ponta dos dedos

Em espera que cai num olhar que desespera

Num levantar de saia sob um sol no lençol

Como quem rebola na praia ao som de uma viola

Mas enfim, tudo que sai de mim é pouco

De tão louco quão a loucura e doçura

Que exponho nas letras que componho tretas

A verdade é só saudade em dó de realidade

Doente e somente pó de maturidade que socorre

E a alegria nunca morre nunca