Riso vivo

Não, meu riso não será aquele preso, será solto como jovem impertinente, e que venha a palmatória, que fique em carne viva a epiderme de meu riso, pois assim será mais e mais sensível.

Há pessoas que choram quando solitárias, eu não, eu rio, mesmo que seja da minha própria tristeza. Pra chorar, que seja nos braços de alguém, e que depois venha a piada guardada nos olhos, e o riso seja como um isqueiro na escuridão, como um beijo de borboleta.

Meu riso será sempre fácil de provocar, pois ele é bobo, é ingênuo e preocupado. Meu riso é feito criança, que se alegra com pouco, pois cada pouquinho é muito para o meu riso.

Meu riso é como o amor de uma mulher, dedicado, sonhador, rubro de paixão, violeta de ódio repentino, azul de imensidão e rosa claro, bem claro de pura sensibilidade. Sim, meu riso é sensível, pois tem o toque dos dedos na água, o sussurro sensual convidativo, os olhos abertos e lívidos, o portal para o melhor.

É assim meu riso e será sempre, sempre e sempre riso, livre, leve e solto.

Viva o riso sempre riso

Riso vivo