GLORIOSO CARNAVAL

Na varanda ao pé da serra, na rede a embalar,

eu brinquei meu carnaval com nobreza, 

com os pássaros multicores a me ofertar

o samba enredo mais perfeito da natureza.

 

querendo mostrar que também sabe sambar,

vagalumes transbordantes de vida,

com suas fantasias extasiando o olhar,

deixaram um brilho ofuscante na avenida.

cansadas do samba enredo atravessar, 

um casal de maritacas desafinadas no telhado,

cujo casório foi na escola de samba ali ao lado,

fugiram de mansinho para namorar.

 

minha amiga coruja disfarçada de existir,

em frente, pousada no galho de um pinhal

não podia de forma alguma deixar de assistir,

expectadora solitária, aquele belo carnaval.

 

meu sambódromo foi o mais deslumbrante, 

imensa avenida com pingos de prata a piscar,

eram as estrelas no firmamento brilhante

a me dizer, brinque à vontade aqui é seu lugar.

 

dancei a noite inteira, só parei ao sol raiar,

linda manhã, belíssima manhã de carnaval,

orvalho caindo, eram confetes a salpicar

a fantasia esquecida na grama do quintal.

 

o galo cantou naquela manhã para me saudar,

não entendi porque cantou se não era natal,

talvez quisesse anunciar com seu alegre cantar

que eu havia brincado meu mais glorioso carnaval.

 

Moly
Enviado por Moly em 07/02/2008
Reeditado em 27/06/2012
Código do texto: T849529