Inspiração

Sentei-me diante a janela,

a árvore que pouco a pouco se perdem suas folhas,

não sente tanto o frio que sinto em minha alma

o vazio que abraça de madrugada e encosta a cabeça no meio peito,

as luzes da cidade em estrelas se tornam no meio da escuridão,

brilho que encanta, mas não substituí o brilho das estrelas,

engulo em seco meu pranto

não quero derramar minhas lágrimas nesse lençol

tudo parece tão monótono

tudo mesmo tão calmo não esconde o mar que agita minha alma,

uma estrela cai,

minha boca não se contém e deseja fazer um pedido

mas lembra-se das tolices de crianças

e das crendices que nunca se realizam

porque no fundo o homem esconde que não acredito.

E fito a noite que densa vai cobrindo a terra,

meus pensamentos encontram-se com as nuvens que dormem

e lá em cima, deito minha cabeça e sonho,

vejo a criança adormecida em seu leito e que sorri,

vejo o homem que desesperado acaba de aniquilar a última esperança,

antes desejava ser criança, do que ter amado mais do que pôde...

Enfim os raios do Sol surgem,

e as nuvens despertam alegres,

algumas precipitam em lágrimas, ou chuvas para nós tão simples em nosso entendimento

somos tolos que caminham e tentam achar respostas para tudo

mas que não confiamos nas respostas que nos são dadas,

rimos muitas vezes e achamos invencionices humanas,

neologismos de pessoas que nunca souberam a dura realidade do amor,

e que por mais triste que parece acreditam ter a prova de sua inexistência,

e lá no pé da montanha, já é dia...

Os pássaros acordam e felizes cantam,

são felizes porque cantam

e não cantam porque são felizes,

sabiamente a ordem altera muito o significado e a maneira de viver

de ser

de contemplar o momento,

felizes porque vivem

e não vivem porque são felizes,

o motivo implícito nas mais serenas coisas

e não precisam se vestir diferentes do outros para serem bonitos,

e não necessitam ter dinheiro para que socialmente aceitos sejam felizes,

a vida é o presente mágico,

a existência momentânea concedida pelo Autor da Vida,

não deixa de ser eterno passo para felicidade real,

a inspiração da vida, na vida simples e compacta...

Dos mais sonoros sonhos

das noites estreladas e dos versos rompendo coração

num quase incontido anseio por mais

por mais,

delirando mais do prazer de poder desfrutar dos momentos encantados,

que não como castelos que caem e bombas lhe explodem,

não daqueles que a água do mar leva junto com o inocente sorriso de uma criança,

não aquele dos sonhos da virgem que ainda sonha habitar para sempre feliz com seu amado.

Não me refiro à ele,

fecho meus olhos,

basta apenas escutar,

basta apenas deixar ser levado, ora pelas clarinetes

ora pelos violinos,

ora pelas flautas,

ora pelos violoncellos,

ora pelo piano dedilhado de maneira tão doce...

Ah! A eterna magia que escondem os brilhos dos olhos,

o universo que se desprende em milhões de chances

em milhões de gestos,

e o meu não se finda

o ato continua, a inspiração não cessa,

ela vai as nuvens quando tem que ir

e volta e tímida se esconde no alto das montanhas,

ela chora pensando que não verá mais o amor materno,

e outrora séria, mantêm-se impiedosa e irretratável para o perdão tão necessário.

Ah! Quanto mais de ti derramará,

sei que não sobrará muito de ti para derramar,

nem mesmo as nuvens mais densas tanta chuva faz cair,

mas é belo enquanto cai

e encanta os olhos,

um dia inteiro que se passa num segundo,

uma amanhecer triunfal no fim da tarde para refrescar os pensamentos,

um arco-íris que timidamente sorri e longo desaparece

e a cor sempre presente no fechar dos olhos,

e o lugar cedido a noite para que ela novamente deixe as estrelas brilharem

e lá no alto brilha,

não como outrora,

mas como noite nova,

revestida da mais pura novidade

a esperar ansiosa de olhos atentos para desvendar-lhe seus mistérios

para retalhar em seus quadros o pintor a beleza abstrata,

para exprimir em suas poesias as sôfregas palavras que transpiram os poetas,

para que a música se transposta de maneira tão audível que até os surdos ouçam e dancem.

E que meu eu romântico seja imparcial

seja o amante incondicional de todos esses momentos

e que nade nos seus mares com prazer

e que chore quando for preciso chorar

e que gargalhe quando lhe apontarem o dedo rindo de suas sandices.

Que seja o eterno apaixonado

que tenha o doce mel em seus lábios,

e que cante e proclame o amor puro expresso nos cuidados do Criador,

o amor universal que une os povos,

o amor fraternal que as famílias abracem,

o amor que um homem encontra nos olhos de uma mulher sempre novo e nunca envelhecido

ao amor Deus que primeiro amou para que fossemos de todos fossemos conhecidos...

Francis Poeta
Enviado por Francis Poeta em 21/01/2008
Código do texto: T827376
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.