Vinte e Nove Estações
Vinte e nove estações passam por nós,
como folhas levadas pelo vento
ou raízes que se firmam no chão,
e cada uma deixa marcas invisíveis,
memórias que não cabem nas fotos.
Não são os dias que contam,
mas os instantes entre um riso e um silêncio,
os encontros que acendem o peito,
e as estradas que seguem firmes,
mesmo sem promessa de chegada.
Há algo de raro em quem sabe andar,
sem pressa e sem medo do que vem,
guardando a essência do simples,
sabendo que o tempo não define
aquilo que é feito de luta e sonho.
Vinte e nove invernos e verões
formam um mosaico de desejos e quedas,
de coragem que brota no inesperado,
quando tudo parece silêncio ao redor.
E hoje, como quem olha adiante,
os pés sentem o peso e a leveza do tempo,
os olhos se enchem de um horizonte novo,
e a alma, mais forte, repousa tranquila,
na certeza de que há mais caminhos a trilhar.
Vinte e nove não são só números,
são um convite ao infinito,
uma história que se faz poema,
nas linhas que a vida escreve e reescreve,
sempre pronta para a próxima estação.