Vinte e Nove Estações

Vinte e nove estações passam por nós,

como folhas levadas pelo vento

ou raízes que se firmam no chão,

e cada uma deixa marcas invisíveis,

memórias que não cabem nas fotos.

Não são os dias que contam,

mas os instantes entre um riso e um silêncio,

os encontros que acendem o peito,

e as estradas que seguem firmes,

mesmo sem promessa de chegada.

Há algo de raro em quem sabe andar,

sem pressa e sem medo do que vem,

guardando a essência do simples,

sabendo que o tempo não define

aquilo que é feito de luta e sonho.

Vinte e nove invernos e verões

formam um mosaico de desejos e quedas,

de coragem que brota no inesperado,

quando tudo parece silêncio ao redor.

E hoje, como quem olha adiante,

os pés sentem o peso e a leveza do tempo,

os olhos se enchem de um horizonte novo,

e a alma, mais forte, repousa tranquila,

na certeza de que há mais caminhos a trilhar.

Vinte e nove não são só números,

são um convite ao infinito,

uma história que se faz poema,

nas linhas que a vida escreve e reescreve,

sempre pronta para a próxima estação.

Jeremias Santos
Enviado por Jeremias Santos em 13/11/2024
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