UM PENETRA NO MUNDO DAS CRIANÇAS
No mundo das crianças
Entrei de penetra
E a criançada
muito curiosa e esperta
De tudo, queria saber
Como faz...
Como abre... Como fecha
E eram tantos os porquês...
As crianças me faziam perguntas
Tão embaraçosas
Que eu não sabia como responder
Queriam saber de onde vêm os bebês
E então, como dizer?...
Eu era apenas um penetra
E para mim
Também era difícil de entender
Elas eram tão puras e inocentes
E ali eu me sentia diferente
Elas não julgavam, não mentiam
E eram felizes e apenas se divertiam
E no meio delas, entrei de penetra
E voltei a ser criança
E eu chutava bola
Soltava pipa e pulava corda
Brincava com bolinhas de gude
Me divertia com bolhas de sabão
E na mão, eu rodava peão
Brincava com carrinho e de casinha
E pulava amarelinha
Brincava de esconde-esconde
E de pega-pega
De caça ao tesouro e cabra-cega
E carinhosamente
Elas me chamavam de tio
E eu estava tão feliz
Mas também tinha um porquê:
Por que da gente crescer?