POEMA MUDO
Naquele dia eu e a escrita, caneta, papel e tinta,
Rabiscos em papeis, nada de concreto,
Com olhar perceptivo naquele fim de tarde,
Os raios purpúreos do sol lá no horizonte,
As nuvens espalhadas no céu em formatos artísticos,
Fez-me observar o belo das coisas simples,
Os sorrisos sinceros e felizes das crianças,
Busquei as lembranças dos dias pueris,
Das brincadeiras de cirandinha e do cabra-cego,
Contudo, a rapidez da vida me cercou da realidade,
A pressa do “ser” alguém cegou a simplicidade,
A correria do “ter” mais esmagou a generosidade,
A futilidade da vaidade castigou o corpo e a espiritualidade,
Não dá pra retroceder e consertar as pegadas lá no ponto de partida.
Nesse encontro de agora é escolher um novo caminho,
Fazer a diferença no amanhã, que logo se tornará hoje,
Mas...ainda que nesse fast food, usarei as armas simples,
Contemplar mais vezes o belo,
Abraçar uma árvore,
Caminhar com pés descalços na areia da praia,
Dá comida aos pombos,
Sorri e gargalhar em alto som.
Escrever em versos mudos,
E estar de bem com a vida!!
Socorro Castro