Dois Anjos
Aos meus filhos:
razão de minha vida.
Caíram do céu dois anjinhos,
Figuras iluminadas
De sorrisos celestiais
Que trazem no semblante
A certeza do meu existir.
Olhinhos viventes
Feito passarinhos
Tão vivos e penetrantes
Que perguntam sem parar,
Numa busca incessante,
A descoberta do caminho,
Estrada desconhecida
Que estendo a mão para guiar.
Estas doces criaturinhas
São ricos tesouros,
Anjos que me circundam
Me dão forças para continuar.
Seus braços tão pequeninos
São alavancas de amor e ternura
Que abraçam o meu cansaço
Amenizam a minha dor,
Presenteiam a minha vida
Com afagos e desejos de mudar.
Suas vozes pedindo colo
Soam como violinos
Tocando suaves prelúdios,
Passarinhos que gorjeiam
No meu alvorecer,
Vento que balança os chorões,
Chuva que cai de mansinho
Germinando mais uma semente,
Flores miúdas que desabrocham para a vida.
Seus sorrisos brotam inocentes;
São como plantinhas delicadas que perfumam
Meu mais árduo poente.
Sim, caíram do céu dois anjos,
Como presente divino
Caíram logo em meu ventre
Para dar razão ao meu viver.