BagunçAR

Tem Ar

D

E

N

T

R

O

de si

É o fôlego da vida

que faz transmutar o corpo

Alegoria de assopro

 desejar a esquina

Ludibriar a rotina

É desejo e anseio

Um ensejo

Que a vida lança

Certeira

E traz a dAnÇa

Malandragem das ruas

Na espera que desencanta

É alforria que encanta

resistência intrincada

A cada bagunça esperada

penitência suspensa

Jogada na dispensa

Toda tristeza 

Amargada 

É a gargalhada tão desejada

Dias, horas ou meses 

A bagunça é almejada

Por instantes 

Delirantes

É a vida presentificada

Livre e pulsante

Ar em plenos pulmões 

No pequeno (grande) ato festivo

BagunçAR

é

  o corpo lúdico a dançAR

súdito no tempo

Suspenso

Intenso vento 

que bagunça a vida

bagunçAR é coisa de gente atrevida

que desafia a vida

e contorna a dura estadia

é a gente toda junta na maestria 

estado de graça

É dança na praça

batuque que enlaça 

e desenlaça a dor

Bagunça e assunta 

É pois

o lócus do amor

É o respiro

Um breve retiro

do cotidiano

corpo estirado

brisa que 

indeniza a tristeza

E põe a brincar 

digna da leveza 

À procura de tempo

alegria detida

No eterno espaço

Instante

que se dispõe a destemperar

À procura de vida

De uma fresta de bagunça 

na costumeira lida

em que ter juízo 

é não mostrar os dentes

Melhor afugentar o ciso

E bagunçar 

.

A cada tempo 

Que o tempo desejoso

Desejar adentrar o Ar

Na palavra

BagunçAr

brincante e estimado palavrear 

Em que a única proibição

É dosar