Visita ilustre

Ela chegou assim que o sol nasceu.

Bateu na minha porta e já chegou falando:

“Abre essa porta, te alui! Olha como o céu tá bonito! Vou ficar pouco tempo aqui hein! ”

Assim que entrou na minha casa, já foi logo abrindo a janela deixando entrar toda aquela luz e o calor do sol.

Disse ela: “Bora fazer uma caminhada, aproveitar que ainda é cedo”.

Saímos para a rua. Caminhamos um pouco enquanto o sol nos aquecia naquele início de manhã.

Ao voltarmos pra casa perguntou pelo café da manhã.

Servi um pedaço de cuscuz e uma xícara com cafezinho preto.

Passou um pouco de manteiga no cuscuz e comeu com tanto gosto que parecia que nunca havia provado algo tão bom na vida.

Quando as crianças acordaram fez aquela festa com elas. Correu, pulou, dançou, jogou bola... foi tanta brincadeira diferente que perdi a conta.

No almoço ela disse: “Olha, sinceramente, essa é a melhor Maria Izabel que já comi na vida, ainda mais com esse feijão com pequi. ”

Depois de ajudar a lavar louça, já foi logo se deitando na rede que tem na varanda e falou:

“De tarde não sou ninguém se não tirar um cochilo depois do almoço. ”

Depois que acordou, e as crianças também, a brincadeira continuou.

Na merenda fiz um suco de caju e abri um pacote de biscoito recheado.

Aquela moça simplesmente abriu todos os seus biscoitos, tirou o recheado de dentro e fez uma bola pra comer... as crianças fizeram a mesma coisa... foi aquela festa.

Depois de andar de bicicleta até cansar e ralar o joelho numa queda, resolver se aquietar.

Lavou os pés e as mãos na torneira lá de fora, e sentou na mesa pra jantar.

O jantar foi o mesmo do almoço, e comeu com a mesma satisfação.

Assistimos um pouco de TV, e quando as crianças ficaram com sono, fui coloca-las pra dormir.

Logo após as crianças dormirem voltei pra sala.

Ela já estava na porta, dizendo que precisava ir e que eu tinha que descansar um pouco.

Eu sem saber direito o que falar disse:

“Obrigado Alegria, estava precisando muito da sua visita. Espero que você volte logo. ”

Ela falou: “Eu volto, é só você me convidar de novo. ”

Então, com um olhar amoroso, ela abriu um largo sorriso, fechou a porta e saiu.

Oziel Celestino
Enviado por Oziel Celestino em 02/02/2024
Reeditado em 02/02/2024
Código do texto: T7990638
Classificação de conteúdo: seguro