MEU BERÇO MEU SERTÃO

MEU BERÇO MEU SERTÃO - João Nunes Ventura-01/2024

Que eu nasci num dia lindo

A minha casa o meu sertão,

Logo cresceu meu coração

Dentro o meu peito infantil,

Onde a vida tem mais vida

Que estrelas são de pratas,

Do meu canto em serenata

Num lindo céu azul de anil.

E essa minha casa singela

Que criança muito brincar,

Foi o meu berço meu altar

Tinha a vida que eu sonhei,

Era no balanço minha rede

Do doce canto minha viola,

Eu cantava minha história

Meus poemas que eu criei.

Bela moagem de engenho

Na primavera linda e pura,

Prazer sabor da rapadura

Dos meus dias de alegria,

E nas festas do padroeiro

Do São João dos pipocos,

As noitadas dos caboclos

Crença novenas de Maria

Na alegria da aurora clara

Que no pé daquele monte,

Que delícia água da fonte

Todo meu contentamento,

Se subia na pedra grande

Avistava a cidade amada,

Convidava bela namorada

Lua iluminava firmamento.

Que amor de tanta beleza

Aquelas tardes fagueiras,

Brisa as lindas palmeiras

Soprando lá na minha rua,

Que cantar do passarinho

Seu belo canto melodioso

Bem perto do rio formoso

Convidando a branca lua.

E no meu tempo de rapaz

Sim também o de criança,

E meigos dias de infância

Pelas danças em quintais,

No final já era madrugada

Da minha primeira escola,

Dos cadernos e da sacola

Eras que não voltam mais.

Quando na tarde e chovia

Queria dormia na palhoça,

Que cedinho ia para roça

Plantar semente no chão,

E que onde nasce o Pajeú

Que eu andava satisfeito,

Tinha o meu pai no peito

E minha mãe no coração.

Esperança nossa vacaria

Que minha vaca malhada,

Castanhola e era listrada

Várias cores e que queria,

Bem simples que vida era

De brincar pelos terreiros,

Rodar galhos de juazeiros

Assobiando uma melodia.

Da brisa fresca e gostosa

Os ventos chegando frios,

E que enfrentava desafios

Para o salão eu ia dançar,

E que linda moça morena

De cheiro seu laço de fita,

Risonha senhorita bonita

Rebola e bela a encantar.

Que mocinhas da cidade

E pulando pelos terreiros,

Tantos amores primeiros

Agora eu tenho saudade,

E trago como lembrança

As canções as melodias,

Meus sonhos e simpatias

Os tempos de mocidade.

Uma paixão agora tenho

E dorme no meu coração,

Oh Deus o meu empenho

Voltar para o meu sertão.

Subir lá no alto do monte

Nos campos verdejantes,

E encontrar no horizonte

Linda estrela que clareia,

Nos frondosos coqueirais

Que cantam belos sabiás,

Quanta saudade me traz

Noites lindas a lua cheia.

Do sertão que amo tanto

Meu tesouro meu celeiro,

Do amor puro verdadeiro

Nascido em uma canção,

E minha alma apaixonada

Se espalha pela campina,

Que as águas cristalinas

Purificam o meu coração.

João Nunes Ventura
Enviado por João Nunes Ventura em 29/01/2024
Reeditado em 30/01/2024
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