Retrospectiva
Em 2023 a vida começou dura
Caí, não de madura
De outros, o descaso
Piso em declive sem proteção
Escorreguei e me espatifei ao chão
Quebrei todas as costelas
E o rádio também
Fiz cirurgia
Pus placa e parafusos
O cérebro já confuso
Sequela da pandemia?
Meu neuro diz que é a idade
a gente vai ficando esquecida...
mas que nunca terei Alzheimer
Que maravilha de prognóstico
Só posso celebrar a lucidez!
E me descobri celíaca
Quem diria?
Aos setenta,
quem aguenta?
A boa notícia?
Estou viva!
Cantei pelos palcos da vida
Em todos os idiomas
Do ucraniano ao hebraico
Do sacro ao rock & roll
Meu canto é laico
Meu talento, presente divino!
Tenho o dever de multiplicà-lo
Compus meu primeiro hino
Inspirada por uma madre santa
Enfim, pintei e bordei meu coração
Não dei espaço pra solidão
Fotagrafei tudo que via
Da lua cheia linda no céu
à minúscula abelha sorvendo mel
Continuo amando a arte,
de Deus toda a criação
Minha profunda gratidão
a Ele em primeiro lugar
Aos filhos genro e nora
por tanto zelo e cuidado
a meu lado toda hora
Bora minha gente!
que dois mil e vinte e quatro nasça
robusto, aos risos
a vida pede alegria
A esperança se cria
Quando a fé não morre em nós.
@palmabenvinda