Despedidas
Num crepúsculo de despedidas, as sombras dançavam ao ritmo da incerteza. No coração, o eco de palavras não ditas reverberava, uma sinfonia triste de sentimentos entrelaçados. O adeus, como um novelo intricado, desenrolava-se lentamente, revelando os fios de um amor enredado em teias de veneno.
As lágrimas, como pérolas salgadas, marcavam a partida, mas cada gota era um tributo à coragem que se manifestava. No início, o vazio parecia uma vastidão insuperável, um abismo de saudade a ecoar pelos recantos da alma. Mas, com o passar do tempo, como um alquimista silencioso, a cura começou a se insinuar nas feridas.
Desvencilhando-me das correntes de uma relação tóxica, descobri a liberdade nas asas do tempo. Cada dia era um capítulo novo, uma página virada na história que um dia compartilhamos. O sol nascente iluminava os caminhos desconhecidos, e eu, como um navegante renascido, seguia em busca de mares serenos.
Ao olhar para trás, percebi que a decisão, embora árdua, foi como desbravar uma floresta densa para encontrar um oásis escondido. Os espinhos da separação foram superados pela promessa de uma autodescoberta, pela reconquista de uma paz perdida.
No fim, o coração, antes cativo, florescia como um jardim após a tempestade. As raízes do passado foram substituídas por brotos de esperança, e o perfume da liberdade impregnava cada suspiro. O amor-próprio, outrora eclipsado, emergia como uma estrela guia, apontando para um futuro onde a felicidade era construída com as próprias mãos.
Assim, entre lembranças e aprendizados, o ciclo encerrou-se. O fim de um capítulo não era o ocaso, mas sim a aurora de uma nova narrativa. No coração, a certeza de que a decisão, embora difícil, foi o primeiro passo em direção à luz que agora iluminava o caminho da redenção.
Diego Schmidt Concado