Vou desfalecendo a cada momento
Navegando onde as agruras se dão
Queria que, mesmo as dores que invento
Não me custassem tamanha decepção
Vou sucumbindo inerte, a cada instante
Por tudo que veio, por tudo que há de vir
Pois nesse mar, nada vai ser como antes
De qual porto um dia, imaginei que parti?
Fiz tempestades, águas turvas eu singrei
Até que um maldito sal chegou à minha visão
Eu achava que tudo sabia? Não, não sei
Agora sigo com minha incrédula desilusão
Mas tu chegas suave, não consigo definir-te
Tão segura, age e acalma-me nesse confuso mar
Seu doce olhar limpa-me os olhos do porvir:
Vem, vem comigo, veja, vamos atracar...
Ah! Meu anjo puro, meu anjo protetor
Encheu-me de gratidão e força sem cessar
Me ensinando o que é o porto e o que é o mar
Ah! Meu anjo forte, meu anjo navegador
Queres navegar comigo, por favor?