Folhas ao vento
Então, como folhas ao vento, eles recuam, desenhando novas linhas em seus destinos. Eu entendo, aceito o silêncio que se torna o eco das desistências. Como um fardo, sinto o peso da minha própria complexidade, e nessa dança de desencontros, percebo que sou um desafio para quem busca simplicidade.
Te deixo louco, como um enigma indecifrável, um mistério que escapa aos limites da compreensão. Entre as linhas do meu ser, há sombras que perturbam, e nas entrelinhas, segredos que inquietam. Nessa trama de insanidades, encontro-me perdido entre os suspiros, buscando compreender a confusão que causo.
E, assim, como uma maré relutante, faço-te ir embora, afastando-me das margens que tu tentas habitar. A correnteza dos meus paradoxos é forte demais, e compreendo que nem todos conseguem navegar nas águas turvas da minha própria existência.
Sou um pouco demais para todo mundo, como um quadro repleto de detalhes, algumas pinceladas que se perdem na profusão das emoções. Em cada encontro, deixo um pedaço de mim, uma parcela de intensidade que nem todos estão prontos para absorver.
Nessa trilha de idas e vindas, percebo que ser um "demais" é uma bênção e uma maldição. A estrada da autenticidade muitas vezes se bifurca, e, enquanto alguns desistem na encruzilhada, eu continuo a caminhar, ciente de que minha jornada não é para todos, mas é, definitivamente, minha.
Então, aceito a dança das despedidas, reconheço o fardo que carrego, abraço a loucura que provoco e entendo que ser "um pouco demais" é a essência que me define. E, enquanto o mundo se reorganiza em seus planos, continuo a traçar minha própria rota, onde a excentricidade é a estrela que guia o meu caminho.
Diego Schmidt Concado