Na danças do destinos
Então, na dança do destino, eles recuam, redesenham a coreografia das suas vidas. Eu entendo, sou como uma sombra, um fardo pesado que às vezes se projeta sobre a luz dos teus dias. Sou o que te deixa louco, a tormenta no silêncio da noite, a melodia dissonante em meio à sinfonia da rotina.
Te faço ir embora, como um vento impetuoso que desarruma os cabelos da calma que tentavas manter. Sou a tempestade imprevisível, a onda que quebra na praia da tua tranquilidade. E, ao partir, levo contigo pedaços de mim, fragmentos que não se encaixam nos teus planos cuidadosamente traçados.
Sou um pouco demais para todo mundo, como um quadro colorido em um mundo de tons pastéis. Minha intensidade é um desafio, uma chama que queima alto demais para alguns corações. Na quietude, eu sou o estrondo, na calmaria, a tempestade que anuncia sua chegada.
É como se eu fosse uma peça que não se encaixa perfeitamente no quebra-cabeça da vida comum. E compreendo, aceito a realidade que, por vezes, ser "um pouco demais" é ser demais para alguns. Como uma estrela cadente, brilho intensamente por um momento, mas talvez seja tempo demais para que alguns olhem para o céu.
E mesmo que meu caminho seja solitário, eu continuo a traçar linhas vívidas no meu próprio horizonte. Pois ser um fardo para alguns é ser a própria essência para mim. Sou a tinta que colore as páginas da minha história, o protagonista audacioso em um roteiro que eu mesmo escrevo.
E, no entendimento profundo de que ser "um pouco demais" é uma dádiva e uma maldição, continuo a caminhar com passos decididos. Porque, no fim, a jornada é sobre aceitar a plenitude do que somos, mesmo que isso signifique ser um oceano em meio a poças d'água, um universo particular em um cosmos compartilhado.
Diego Schmidt Concado