Nas manhãs silenciosas
Nas manhãs silenciosas, Maria enfrentava o espelho não em busca de perfeição, mas em busca de um confidente. Seus olhos encontravam os próprios, refletindo não apenas a imagem física, mas toda uma jornada de alegrias e dores.
Não era vaidade que a fazia encarar o reflexo, mas a necessidade de se encontrar além das camadas externas. Era como se o espelho fosse um portal para sua alma, um lugar onde a sinceridade consigo mesma se revelava sem filtros.
Enquanto traçava linhas imaginárias sobre seu rosto, recordava cicatrizes e sorrisos que contavam a história de uma vida vivida com intensidade. Ali, na frente do espelho, ela não apenas se olhava, mas se reconstruía a cada olhar, lembrando-se de que a verdadeira beleza reside na autenticidade.
As lágrimas que por vezes borbulhavam não eram lágrimas de tristeza, mas gotas de autoaceitação. Era como se, ao deixar que o espelho testemunhasse suas emoções, ela se permitisse ser vulnerável consigo mesma, encontrando força na própria fragilidade.
Diego Schmidt Concado