Dura saudades
Nem o ácido do tempo, cruel e frio,
Dissolve a dura saudade que invade,
Em cada lembrança, um suspiro vazio,
O amor outrora doce, hoje é sombrio fade.
No eco das palavras, perdidas ao vento,
Permanece o eco de um antigo ardor,
Mas o destino, impiedoso e lento,
Transformou-o em dor, em sombra, em pavor.
Oh, como o coração sofre na espera,
Daquele toque, do olhar que se perdeu,
A saudade, pesada, como pedra austera,
Em nossos peitos, eternamente ardeu.
Assim o amor se foi, deixando apenas,
A triste sombra das memórias serenas.
Diego Schmidt Concado