"Canção" Cecília Meireles
Do sal, do sonho, do pranto que dei,
No oceano da vida, onde naveguei,
Meu sonho se perdeu, nas águas profundas.
No vaivém das ondas, o eco do passado
Entre as marés da esperança e do fado,
Meus versos naufragados, almas moribundas.
Oh, mar cruel que engoliu meu desejo,
Na vastidão azul, onde me vejo,
Em busca do sonho, agora perdido.
As gaivotas choram meu triste lamento,
Enquanto o mar, em seu eterno movimento,
Guarda para sempre o sonho esquecido.
Guarda-o para sempre, pois no coração,
Cintila a luz de sua eterna emoção,
E mesmo que o tempo o queira apagar,
O sonho esquecido nunca deixará de brilhar.
*Diego Schmidt Concado*