De Pouco a Pouco Anda o Mundo
Lúcido e no teu encalço
Eu sigo um rastro
Os poucos grãos que me foram deixados formam um caminho
Diferente de tudo o que eu já vi
E se um dia eu achei que isso - a miséria - era a vida
Me enganei
É bem maior que eu
E bem maior do que você
E custou pra eu ver
Que há muito mais em cada um
E que sorrisos abrem portas
E poucas teclas formam muitas notas
E poucas notas formam a música que me guia pelos caminhos que se abrem diante de mim
E se antes o receio e a antecipação me matavam
"O que será que há do outro lado?"
Hoje eu ando um passo de cada vez
E me esforço a cada passo
Para que nunca tropece
Mas as vezes acontece
E quando acontece me esforço e escuto o som que fazem as punições e os problemas
E tento não tropeçar de novo
E tropeço
E sigo a canção do bosque
E nunca mais reclamo que me falta tempo
Ou algo em minha estante
Eu sempre tive tudo e sempre estive adiante
Mas nunca vi que tinha e nunca parei pra olhar
Como são belas as árvores que me cercam
E as pessoas que me cercam
E como eu sempre tive
O que queria ter
Mas nunca quis ver
Talvez porque, estava perdido demais na dança
Tonto demais das bebidas
Nauseado por você e pela falta que você me fez
E ainda me faz, não me leve a mal
Eu sou só um menino
E a cada dia me desprendo um pouco mais do chão
E miro alto
Tão alto quanto o olho pode enxergar
Além de qualquer nuvem de chuva dos pensamentos ruins
Longe da intelectualidade, aquela bolha teórica que jamais se aplicou as pessoas que eu vi
E vivi
Como vivi
E vou viver muito mais!
Vou gritar alto pra todos ouvirem que eu aprendi
Que eu sei onde estou indo e não tenho medo de errar pelo caminho
Tenho certeza de que errarei
E aprenderei
E errarei de novo
E de pouco em pouco
Me faço mais de mim
Melhor de eu mesmo
E com um sorriso no rosto
Hoje é mais um dia em que eu abro meus braços pro mundo