Poeta mora aqui 2
O poeta mora aqui, sob o céu de chuva fria,
Acende o cigarro, o café, e pega o lápis, vazia,
Sua dor não é quebrar pratos, nem bater porrada,
É a ausência de você, a saudade que não é contada.
Na fumaça, nos traços, busca a paz perdida,
Entre goles de café, revive cada despedida,
O cigarro queima, como o peito em agonia,
Você não está aqui, e é essa sua melancolia.
No papel, a tinta se mistura com a solidão,
O poeta escreve versos, sua única redenção,
Na esperança de um dia, encontrar sua canção.
Assim, entre a chuva e a dor, a poesia floresce,
No coração do poeta, onde o amor permanece,
Na eterna espera do reencontro que não esquece.
Diego Schmidt Concado