- Eis como velho estou!

Eis como velho estou, em tempo gasto,

O relógio da vida, a marcar meu rumo,

As rugas que o espelho já mostrou,

Na jornada que trilho, meu sentido resumo.

Já não saltito qual um jovem cabrito,

Mas a experiência sábia me acompanha,

No peito, o bater calmo da procela,

Na alma, as memórias que o tempo ganha.

As estradas percorridas, cicatrizes,

Lições aprendidas, sábias lições,

O tempo, implacável, não faz cortesias.

Mas encontro a beleza na velhice,

Nos cabelos de prata, nas emoções,

A vida ganha tintas de nobreza e auspício.

Enquanto as primaveras vêm e vão,

Eu sorrio, apesar do tempo passar,

Eis como velho estou, e com orgulho,

A sabedoria é meu maior galardão,

E o coração se enche de gratidão,

Pois cada ruga, a história a eternizar.

Eis como velho estou, e com orgulho,

Pois na jornada vivida, eu me refaço,

Com os tesouros guardados em meu peito.

Sem mágoas ou rancores e perdão negado,

E quando, enfim, chegar o derradeiro anseio,

Em cada verso desta humilde e simples poesia,

Deixo minha essência, meu devaneio, meu eu!

E a vida segue, como um rio no fluir perfeito.

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LAURO PAIXÃO
Enviado por LAURO PAIXÃO em 06/10/2023
Código do texto: T7902720
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