- Eis como velho estou!
Eis como velho estou, em tempo gasto,
O relógio da vida, a marcar meu rumo,
As rugas que o espelho já mostrou,
Na jornada que trilho, meu sentido resumo.
Já não saltito qual um jovem cabrito,
Mas a experiência sábia me acompanha,
No peito, o bater calmo da procela,
Na alma, as memórias que o tempo ganha.
As estradas percorridas, cicatrizes,
Lições aprendidas, sábias lições,
O tempo, implacável, não faz cortesias.
Mas encontro a beleza na velhice,
Nos cabelos de prata, nas emoções,
A vida ganha tintas de nobreza e auspício.
Enquanto as primaveras vêm e vão,
Eu sorrio, apesar do tempo passar,
Eis como velho estou, e com orgulho,
A sabedoria é meu maior galardão,
E o coração se enche de gratidão,
Pois cada ruga, a história a eternizar.
Eis como velho estou, e com orgulho,
Pois na jornada vivida, eu me refaço,
Com os tesouros guardados em meu peito.
Sem mágoas ou rancores e perdão negado,
E quando, enfim, chegar o derradeiro anseio,
Em cada verso desta humilde e simples poesia,
Deixo minha essência, meu devaneio, meu eu!
E a vida segue, como um rio no fluir perfeito.
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