Folhas ao vento

Sinta o ronco das folhagens levantando poeira

Na calada do anoitecer

Com a esperteza do redemoinho

Que gira,gira na renovação de conversas

Varrendo o pensamento sem pressa

Dando tino ao prosear

Iniciado a noitinha e expirando na madrugada

Sem perder o foco ou melhor dizendo o fio da meada

E as folhas caídas vão se espalhando no terreiro

No acumulado de palavras

A desprender-se conforme o vento

Em consonância das ditas e as não ditas

Pura segregação de pensamentos

No renascer da aurora

Que firma no solo ardente

No rodopiar do vento

Que segue dando cara de boas-vindas

As folhas caídas que vão embora com o vendaval

Levando a leveza das mensagens rua afora

Até acalmar a ventania do coração