AS ALEGRIAS
Por onde andam as alegrias?
Encolhidas em meio aos escombros?
Assustadas?
Fugindo dos seres noturnos?
Zumbis sonâmbulos espreitam
Em toda esquina penumbrosa...
Trolls, orcs e ogros também...
Onde andam as alegrias?
Em quais corações elas se recolheram?
Quem sabe se abrindo largos sorrisos
E liberando contagiantes gargalhadas,
Ainda que a fórceps arrancados,
Elas aparem,
Aos poucos,
Devagar,
E abram,
Cuidadosamente,
Ainda que tomadas pela desconfiança,
As portas fechadas nos becos medonhos
E preencham os espaços esvaziados,
Paulatinamente,
Com as luzes dos sóis interiores.