Minha Infância
Fui e ainda sou...
Um menino feliz.
Irrequieto aprendiz.
Apenas cresci...
Mas não me perdi.
Joguei bola...bafinho...
Troquei figurinhas...
Namorei as priminhas.
Brinquei de médico.
Cacei passarinhos.
Coloquei nas gaiolas.
Só pra depois soltá-los.
Muito cedo também me soltei.
Vôo até hoje...meus sonhos...
Rebobino as peraltices...façanhas...
Com alegria e carinho. Saudades!
Do biboquê...das bolas de gude...
De pular amarelinha...subir nas árvores.
De andar descalço...chutar bola de meia.
Das lutas de box...biribas, cachetas...
Serenatas...bilhetes de amor...
Tardes dançantes...namoro na escola.
Meu acordeon. Minha primeira bicicleta...
A danada que se chamava 'mafalda'.
Do cachorrinho "totó"...das músicas ofertadas.
Nas rádios da cidade. O sorteio que ganhei
De um pacote de biscoito...dos aplausos.
Dos anos que fui artilheiro do time 11 irmãos.
Dos porres de vinho que bebi como sacristão
Escondido do padre da Igreja Matriz.
Ah! Fui e sou ainda um menino traquina.
Saí de casa com 15 anos... muito cedo!
E não voltei mais. Mas ficaram as lembranças...
Das viagens de trem...das pescarias...das lambanças.
Das matinés de cinema...dos passeios de carroça.
E das cartas de amor trocadas com as namoradas.
Das amizades saudosas de minha infância querida.
Que ainda vive bem viva dentro de mim...a bandida.
Tomara Meu Deus tomara...que não vá nunca embora.
Hildebrando Menezes