No fundo do olhar
No fundo do olhar,
A razão do viver,
Uma mácula no sonhar,
E uma vida por esquecer.
O fim sempre espera,
Sua gênese é abstrata,
É um ciclo, uma era,
Em que a existência se retrata.
Não se pode calar o sentir,
Ele mora no fantástico,
Vem à tona no devir,
E torna o breve presente mágico.
Sem olhos para a solidão,
Miramos a noite escura,
Damos as costas para a razão,
E saudamos a ternura.
Voar para o horizonte bonito,
É a jornada mais doce,
Permeada pelo fortuito,
Inebria quem quer que fosse.