O Jardim de Minha Alma
No vasto jardim da minha alma,
Existem flores de todas as cores,
Que desabrocham em cada verso,
E florescem dentro de meus amores.
Há o lírio branco da pureza,
A rosa rubra e negra da paixão,
E o girassol da alegre esperança,
Que ilumina o meu sentir e razão.
Há também a flor do esquecimento,
Que eu planto com zelo e delicadeza
Para olvidar as mágoas do aviltamento,
E reviver a vida com mais graça e leveza.
As lembranças são galhos de florescimento,
Que se erguem serenamente em direção ao céu;
As nuvens são os profundos e leves pensamentos
Que flutuam livremente sobre casebres e véus.
As estrelas são os tácitos e ávidos desejos,
Que brilham nas longas noites duras e escuras,
E a lua, de minha turva alma, é o lampejo,
Que reflete o receio de minha pura ternura.
Cada pétala é o vaivém da onda de poesia
Que canta serenamente na praia com o vento;
E cada folha escrita é a nova aurora do dia
Que traz cafés, beijos, mensagens e alentos.
Eu sinto a eterna brisa entorpecida,
Que afaga os trajetos de meu rosto,
A poesia me enche de gratidão à vida
Por tudo que me foi vivido e posto.
E assim, eu sigo firme pelo meu vasto jardim,
Cuidando das flores como um casto querubim;
Deixo que cada pura e rubra pétala floresça,
E inebrie o meu ser com perfume e beleza.