Hora de brincar

Brinco brincadeiras fajutas com nomes de frutas.

Sorrio sorrisos sinceros com dentes amarelos de caramelo.

Pinto o sete como se tivesse o pincel que pinta o que se apronta.

Faço caretas e micaretas com quem comigo quer brincar.

Agito o rebuliço sem embolo e sem enrolo.

Remexo sem nexo pra fora do eixo e não deixo ninguém parado.

Ah, a vida é boa e não consigo parar de brincar!

Trava-línguas trevosos tremem a boca pra se falar difícil.

Não precisa ter sentido, tem que ser é divertido.

Na amarelinha não amarelo.

No pega-pega não arrego.

Se entrou na roda, tem que rodar.

Dê a mão e gire, não se vire e se ligue pra que não caia e saia sob vaia da brincadeira de girar.

Ah, a vida é boa e não consigo parar de brincar!

Mas não se engane gente grande pois brincar não é brinquedo não.

Quem ganha se assanha e se banha de suor e lama.

Quem perde se arreganha e se manda para casa no embaraço com a bola embaixo do braço.

Mas vai pivete, não pare; o último é a mulher do padre.

Moleque de corpo mole não se cria na resenha arredia das crianças da vila.

Ah, a vida é boa e não consigo parar de brincar!

Gil Barreto
Enviado por Gil Barreto em 26/01/2023
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