Hora de brincar
Brinco brincadeiras fajutas com nomes de frutas.
Sorrio sorrisos sinceros com dentes amarelos de caramelo.
Pinto o sete como se tivesse o pincel que pinta o que se apronta.
Faço caretas e micaretas com quem comigo quer brincar.
Agito o rebuliço sem embolo e sem enrolo.
Remexo sem nexo pra fora do eixo e não deixo ninguém parado.
Ah, a vida é boa e não consigo parar de brincar!
Trava-línguas trevosos tremem a boca pra se falar difícil.
Não precisa ter sentido, tem que ser é divertido.
Na amarelinha não amarelo.
No pega-pega não arrego.
Se entrou na roda, tem que rodar.
Dê a mão e gire, não se vire e se ligue pra que não caia e saia sob vaia da brincadeira de girar.
Ah, a vida é boa e não consigo parar de brincar!
Mas não se engane gente grande pois brincar não é brinquedo não.
Quem ganha se assanha e se banha de suor e lama.
Quem perde se arreganha e se manda para casa no embaraço com a bola embaixo do braço.
Mas vai pivete, não pare; o último é a mulher do padre.
Moleque de corpo mole não se cria na resenha arredia das crianças da vila.
Ah, a vida é boa e não consigo parar de brincar!