SORTE NÃO
Sorte até que não,
Que eu nunca fui disso e vocês sabem bem
Mas há sempre quem vai além
Vão dizer sim, que eu me vendi,
É o que sempre dizem
E quando falarem eu vou sorrir
Com todo meu desdém
Lembrando das mancadas na vida,
Das noites nem dormidas
De quando engordei ou emagreci
Ah mas vou sorrir,
Pensando nos murros em ponta de faca,
Em quantas vezes errei e cai,
E nunca desisti, não por ser forte,
É que essa opção nem existe,
A gente só tem que seguir...
Só que agora eu sigo sorrindo,
Enquanto vocês vão latindo
Que agora eu tô arrogante
Olha que não lancei nem uns pisante
Vão dizer que me corrompi por grana
Cuidado com a fama. Que fama? Não brisa...
Bom mesmo é quando a gente tá na lama
Humildade pra voces é pobreza
Trabalho é dignidade
Desde novo a gente aprende
A controlar nossas vontades
Ter luxo é ser egoísta
Mas pra vocês, foi meritocracia:
"Porque todo mundo é igual,
Então isso é um ponto de vista."
Mas agora eu venci na vida, neh,
Tô saudável, tô bonita
E nem lembro dos irmão...
Irmão? Cadê? Sai fora que eu tô lisa.
Tenho nada para oferecer,
Tô curtindo outra brisa.
Não sobrou nada pra abutre
Aqui não tem mais carniça.
Verdade, ando meio sumida.
Se me vê, vai ser " e aí, cole, bom dia... Xô ir ali que tô atrasada, a vida anda corrida."
Tô sem tempo para história triste
Tô focada só no que me progride,
Nem leva a mal, não é nada pessoal
Na moral, se correr, na mesma direção,
cê me tromba no final.
Se não, foi um prazer! Até mais vê!
Vou ali na banca, comprar... Jornal!